A Fundação Open Society anuncia hoje que destinará US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,1 bilhões) ao longo de oito anos para o desenvolvimento de políticas industriais verdes que contribuem para o crescimento econômico no Sul Global, ampliando significativamente seu apoio ao desenvolvimento econômico.
O novo programa de Prosperidade Econômica e Climática financiará esforços nas Américas, África, Oriente Médio e Norte da África e Sudeste Asiático para promover políticas que gerem investimentos econômicos para todos, ao mesmo tempo em que abordam a emergência climática. O trabalho incluirá o apoio a organizações da sociedade civil e think tanks econômicos independentes que trabalham com questões de desenvolvimento e transição climática em países como Brasil, México, África do Sul, Senegal, Malásia e Indonésia. As primeiras doações deverão ser feitas ainda este ano.
A iniciativa apoiará agendas econômicas verdes e equitativas que visam criar empregos e reduzir as desigualdades nos países em desenvolvimento. Ela também vai explorar o impacto da tributação e do financiamento internacional sobre o investimento dos países em modelos de desenvolvimento que visam a prosperidade econômica e climática.
Esse é o primeiro novo programa de grande porte a ser anunciado após uma transformação organizacional de dois anos realizada na Open Society, que foi concluída no início deste ano.
“O sistema econômico atual está falhando com os países em desenvolvimento. Ele impede que esses países consigam crescer economicamente e, ao mesmo tempo, combater as mudanças climáticas. Precisamos de novas ideias para criar sociedades mais justas e equitativas. É por isso que a Open Society está destinando US$ 400 milhões para ajudar a atingir esse objetivo”, afirma Binaifer Nowrojee, presidente da Open Society Foundations.
“Os países em desenvolvimento são limitados por sistemas internacionais que impõem agendas de mudanças climáticas em detrimento da prosperidade. Vamos incentivar e promover novos modelos de crescimento econômico verde que sejam moldados pelo Sul Global”, destaca Laura Carvalho, diretora de Prosperidade Econômica e Climática da Open Society Foundations, com sede no Rio de Janeiro.
O novo programa promoverá novas abordagens para lidar com os desafios de desenvolvimento impostos pela dependência de combustíveis fósseis e pelo uso da terra, além de gerar oportunidades para os países em desenvolvimento subirem na cadeia de valor por meio do uso de minerais críticos e de transição para novos setores verdes.
A Open Society tem um longo histórico de apoio aos direitos econômicos e sociais, como o direito à moradia, à saúde, à educação e à alimentação, juntamente com seu compromisso com os direitos civis e políticos. Essa iniciativa direta é um reconhecimento de que as desigualdades econômicas representam uma ameaça às condições políticas necessárias para que as sociedades abertas e democráticas prosperem.
O trabalho anterior da Open Society incluiu a defesa de sistemas mais justos de governança econômica global e de tributação internacional, além do financiamento de consultoria e assessoria econômica. O novo programa representa uma expansão significativa e mais focada nesse trabalho, refletindo tanto o aprofundamento dos desafios econômicos e políticos enfrentados pelos países de renda baixa e média quanto a urgência da necessidade de conciliar a transição climática e o desenvolvimento socioeconômico.