Por Claudio Andrade, CEO da ratio
A agenda das empresas para o segundo semestre de 2023 está recheada de questões de ordem sistêmica, que devem ocupar a atenção dos Conselhos de Administração com vistas ao próximo ano. Bem-estar dos funcionários, gestão da cadeia de suprimentos, segurança cibernética e divulgação de relatórios para o mercado são tópicos que deverão entrar na pauta das discussões.
Os comitês ESG (Environment, Social and Governance) ocupam importante lugar nessa jornada como instância estratégica, uma vez que assessoram o conselho no conhecimento e aprofundamento desses assuntos para a eficácia das ações futuras.
Sendo assim, e levando em conta o ritmo crescente do movimento ESG no mundo e no centro crítico dos negócios corporativos, elencamos algumas tendências e observações para estudo e encaminhamento nos comitês ESG.
Avaliação de riscos
Temas como inflação, custo de vida, crise política, baixo crescimento da economia e investimentos, saídas de capital, agitação social generalizada, confronto geopolítico, alto endividamento pessoal e impactos causados por mudanças climáticas estão convergindo para formar um cenário incerto e turbulento no próximo ano.
Segurança cibernética
Estudos classificam o Brasil na terceira posição entre os piores países em ambiente digital. Os investimentos em segurança e privacidade devem considerar a intensificação do acesso a dados e o avanço de riscos cibernéticos.
Bem-estar dos funcionários
Questões relacionadas à comunicação, escuta de demandas e empoderamento do colaborador, incluindo aspectos de saúde física, mental e social, são um risco à coesão da força de trabalho.
Gestão da cadeia de suprimentos
Os conselhos devem considerar a resiliência na cadeia de suprimentos, diante de um cenário de vulnerabilidades. É preciso criar estratégias para mitigação de riscos, refazer políticas integrativas e diversificar a base de abastecimento, abrangendo processos regulatórios de compliance, juntamente com aspectos relacionados à sustentabilidade.
Divulgação para o mercado
Novas regras para divulgação corporativa relacionadas à Governança, Meio Ambiente e Sociedade surgem a cada ano e tendem a ser requisitos jurisdicionais em atendimento a uma forte demanda de mercado. As empresas devem se apropriar e se adequar aos novos paradigmas abrangentes sobre sustentabilidade e informação aos mercados de capitais globais.